- Esta é a história da reforma do trator John Deere modelo B, ano 1948, que pertence ao sr. Antonio Carlos Canal, de Itaju-SP. Esta restauração é realmente aquelas em que, quando a pessoa vê o antes e o depois, não acredita ser o mesmo trator!
- Esse trator ficou por algum tempo a venda no site mercado livre. Estava na cidade de Pratápolis-MG, e certamente deve ter sido comprado novo e aposentado naquela mesma cidade. Pertencia a um senhor, e após sua morte, o trator ficou de herança para os filhos. Um deles resolveu colocá-lo a venda na internet. Algum tempo depois, o Antonio Carlos viu o anúncio e resolveu ir até Minas Gerais para negociar o trator.
- Na primeira foto acima, o trator no lugar que ficou por longos anos. Na foto seguinte o trator já na rua da cidade de Pratápolis aguardando transporte para o sítio do Antonio Carlos.
- Com a chegada do trator ao sítio, a primeira coisa foi começar a desmontá-lo para ver o que precisava ser feito. Segundo a conclusão do próprio Antonio Carlos, este trator trabalhou até bastante, mas o que o destruiu foi a falta de mecânicos mais experientes e ferramentas adequadas para os consertos. Nota-se que quando o John Deere quebrava, tentavam consertá-lo de qualquer maneira e com qualquer ferramenta, resultando em reparos que geravam mais quebras futuras!
- O que mais estava em desacordo no trator foi a caixa de direção. No lugar dela adaptaram uma outra de automóvel em um serviço muito mal feito. Com muita sorte deu pra recuperar a caixa de direção original e fazer o sistema voltar a funcionar corretamente. No mais, todo o resto resumiu-se a limpeza. Desmontar, limpar e desemgripar. Muitos lugares havia terra, certamente colocada por brincadeiras inocentes de crianças. No hidráulico havia abelhas... No óleo do câmbio e diferencial, muita água e sujeira...
- O jeito então foi transportar o trator para outro local, e inciar uma limpeza mais severa. Depois de algumas partes já desmontadas e limpas, o câmbio já limpo e fechado, iniciou-se a revisão das partes mecânicas do motor, a começar pelo cabeçote, seguido de uma nova junta, revisão da embreagem, ajustar e limpar os freios e o mais difícil: melhorar o visual do chassis do trator, que estava lotado de soldas mal feitas e amassados.
- Com as partes principais já prontas, a etapa de pintura começou. Após isso, o trator começou a tomar forma novamente. Novos pneus, rodas amarelas, e o John Deere ia renascendo. As latas não estavam boas, o capô foi todo trabalhado pra ficar como novo, a grade dianteira precisou parcialmente ser refeita. Nos finalmentes sempre sobram os pequenos detalhes. Como lembrança o Antonio Carlos manteve o couro original do banco do tratorista!
- Com o trator já praticamente montado, a etapa seguinte foi funcionar o motor e colocá-lo para andar, para ver o resultado e regular ele por completo. No início o carburador deu um certo trabalho e a embreagem precisou de algumas regulagens até ficar boa também.
- Este John Deere é um modelo diferente dos demais. A maioria dos JD modelo B no Brasil são tratores a querosene. Possuem um tanque maior para o querosene e outro pequeno para a gasolina, pois no frio dava-se partida na gasolina e depois de quente trabalhavam com o trator usando o querosene (mais barato). Mas este modelo em específico é um trator movido somente a gasolina, não possui o tanque de querosene, e o coletor do motor é diferente. E também por ser somente a gasolina desenvolve um pouco a mais de potência que o mesmo trator movido a querosene.
- Depois de pronto andar no John Deere foi o que não faltou, desde ir até Itaju nos domingos, como ir rodando com ele até o encontro de carros antigos da cidade de Bariri-SP.
- Ainda faltam detalhes como os paralamas, hidráulicos, engate para puxar o arado John Deere de duas aivecas, entre outros. Mas o mais importante é que o trator já está totalmente pronto, andando e funcionando perfeitamente. Vendo a primeira foto desta postagem é impossível dizer ser o mesmo trator desta última foto abaixo!