- "Povoado mais antigo de Canoinhas, foi colonizado por
alemães. Nele ainda nota-se a presença de arquitetura em madeira e no estilo
enxaimel. Era conhecido como a Capital da Manteiga, em função da produção de
manteiga e derivados do leite por vários proprietários que possuíam rebanhos
bovinos da raça holandesa."
- Do blog Distrito de Marcílio Dias retirei as belas fotos abaixo, que postei seguindo uma ordem cronológica pelo ano dos tratores.
- Foto do Instituto Agronômico de Canoinhas datada de 1939, onde o sr. Clóvis, operava trator e semeadeira John Deere no plantio de trigo.
- Trator Allis Chalmers B e ceifadeira durante algum desfile comemorativo.
- Demonstração de tratores Valmet com alunos do CEDUP - Centro de Educação Profissional - Vidal Ramos, na década de 70.
- Na época de ouro do sisal, aquele que se tornaria um dia o "rei do cerrado", o CBT 1020 foi o rei da Civilização Dourada. Nome este dado pela revista O Cruzeiro, à Nova Floresta - PB em virtude do grande movimento do sisal iniciado na década de 60 pela Cia Sisaleira do Cuité Cosite.
- Na época a empresa movimentou muito a economia da cidade, chegando a empregar mais de 600 funcionários, atrair bancos, e implantar novas tecnologias. Inicialmente foram empregados motores Skoda de 300 hp para movimentar a desfibradora. Após 1967, com a chegada da energia elétrica, os motores à diesel foram substituídos.
- A Cosite trouxe também o emprego de tratores agrícolas para o transporte do sisal do campo à usina. A frota era composta de três CBT 1020, um Oliver e um Valmet, além de um Jipe para uso interno. No total setenta carretas de 4.000 kgs cada eram utilizadas, sendo mais de 660 carretas de sisal por semana!
- Abaixo um dos tratores CBT 1020 da Cosite rebocando seis carretas com sisal e trabalhadores! A foto retirei da página: www.noticiandopb.com.br
- Fruto do visionário imigrante suíço, Max Wirth, a Fazenda Paredão foi pioneira na região no cultivo de diferentes culturas como café, laranja, grãos, algodão, e atualmente é destaque na produção de gado de corte.
- Trator Massey Ferguson com arado de três aivecas. Curioso observar que ao se inverter as rodas para obter a bitola desejada, os desenhos dos pneus ficaram invertidos, mostrando que não compensava inverter os pneus nos aros.
- Fordson Major no plantio com a tradicional capota "brasileira" da época e um curioso tanque de adubo na dianteira.
- Apesar dos tratores estarem em segundo plano, vale mostrar o registro de 1967 da revenda Ford de São Luiz Gonzaga - RS, pertencente a família Foletto. Na foto, o Galaxie "zero bala" à venda seguido de dois tratores Ford 8-BR do último modelo, na cor azul.
- Atrás do carro nota-se um trator Massey Harris (anos 50), que devia estar na oficina ou no posto de gasolina Esso. Destaque para a bonita pintura na parede da agência de um trator 8-BR ! O local devia ser um conglomerado de marcas automotivas, revenda de carros e tratores Ford, pneus Firestone, filtros Cav, combustíveis Esso, e itens agrícolas como os arados e plantadeiras a esquerda na imagem.
- Nada menos que oito Farmall FC-N Diesel enfileirados para a foto antes de seguirem rumo aos seus novos proprietários. A outra imagem talvez um desses tratores fotografado durante as obras de calçamento de uma das ruas da cidade. As fotos vieram do MuseuBirigui.com.br
- Senhor João Mousessian e seu Ferguson diesel com o arado dois discos (também Ferguson). A foto que deve ser dos anos 60, veio da página Memória Sanjoanense no Facebook.
- Bonita foto de uma agência Massey Ferguson nos anos 70. Na imagem que retire da página Itapetininga Antiga em Fotos, no Facebook, um provável Massey 265 novo e um Massey 50x, certamente usado, junto as grades, plantadeira e carretas. Além dos carros da época.
- O leitor do blog, sr. Luis Fernando Graeff, nos envia bonita foto dos tratores da família de décadas atrás. Da esquerda para a direita, Hanomag R45, IH Farmall, International 560, Massey Harris e Ferguson, junto aos Graeff e amigos, bem antigamente lá no querido Rio Grande do Sul!
- Iniciamos o ano de 2016 com uma bela e rara foto de uma esteira Hanomag WD Z25 do final da década de 1920, junto ao surpreendente relato que segue abaixo:
“Essa foto mostra como por si só, um avanço tecnológico
pode ser enganoso. Até então havia nas estradas da fazenda somente tração
animal de cavalos, mulas e bois. As carroças e os carros de bois tinham grandes
rodas de bitola estreita, eram puxadas por 6 juntas de animais que aos pares
sob o peso das cangas venciam qualquer terreno. Logo havia 200 mulas e dezenas
de carroças à cuidar mas já que não faltava terra para pastagens o problema
maior era conseguir carroceiros habilidosos. A colheita aumentava juntamente
com a área de plantio. Muitos quilômetros de estrada arenosa, o calor e a sede
obrigavam a troca frequente dos animais e jornadas de trabalho reduzidas. Com o
acúmulo dessas dificuldades algo tinha que ser feito a respeito dos
transportes. A solução do problema parecia ser a mecanização mas como os
caminhões Ford e Chevrolet, os únicos disponíveis com qualidade e preço
razoável, transportavam pouca carga e sempre patinavam nos areões só restava
arriscar a importação da última novidade: o trator de esteira Hanomag que os
irmãos Bromberg tinham acabado de receber de sua sede em Hamburgo. Esse trator
era sensacional, forte como um tanque de guerra, motor a gasolina com 100 cv,
barulhento, acionado por alavancas, manivelas e pedais, com uma cabine atrás do
comprido capô de latão polido. Ele puxava uma carreta sobre esteiras com o
dobro do comprimento dos carros de boi e capacidade de carga três a quatro
vezes maior, adequado ao solo fofo, enfim o veículo ideal! A sensação, o
monstro Hanomag e sua gigantesca carreta, durou pouco como costuma acontecer
com sensações, pois ficou evidente que um avanço tecnológico no lugar errado
pode ser enganoso. Esse primeiro trator de esteira dos anos 1920 chegou cedo
demais. O motor superaquecia e as esteiras quebravam em pouco tempo vitimadas
pela abrasão da areia. A boa ideia não estava amadurecida porém o feito
pioneiro apesar de grandioso foi logo esquecido.”
- A foto e o belo texto contando a chegada e posterior "desastre" com a esteira Hanomag retirei do blog Memória 22 que resgata a história da Fazenda Suíssa, antiga fazenda cafeeira do Oeste Paulista, hoje pertencente ao município de Guaimbê-SP.
- Importante destacar que esse é um dos muitos exemplos do que aconteceu com o maquinário importado que vinha ao Brasil daquela época. As máquinas eram desenvolvidas e produzidas sempre visando seu país de origem, e os primeiros problemas eram com o clima, o tipo de solo, etc. Sem contar a falta de instrução dos carroceiros, que do dia pra noite viravam tratoristas de máquinas inglesas, polonesas, alemãs, italianas, americanas, russas, enfim seria necessário um verdadeiro poliglota pra entender todas as configurações uma vez que os manuais nem sempre eram traduzidos!
- Acredite quem quiser, mas as imagens da foto acima são da mesma máquina, e nos mostra que dedicação, tempo, e bom gosto podem trazer resultados que muitos consideram impossíveis.
- O trator da foto é um Fordson Super Major, equipado com esteiras modelo CDA 50, nº de série 11804, fabricada pela inglesa County, e pertencente ao sr. Roberto da cidade de Pederneiras-SP. Se trata de um modelo raro no Brasil onde se tem conhecimento de apenas 3 máquinas destas atualmente. A Fordson nunca chegou a fabricar esteiras, mas a County fez com que muitos tratores da marca virassem esteiras (crawlers), tratores 4x4 e diversas outras máquinas com finalidade industrial.
- Esta County foi encontrada em Sertãozinho-SP, e algumas visitas foram necessárias até se conseguir negociar a máquina. Com ela na oficina, todo o processo de desmontagem foi iniciado. A primeira surpresa foi a quantidade de água dentro da caixa de câmbio e diferencial, que curiosamente acabou preservando as engrenagens. Vários rolamentos e retentores trocados, embreagens laterais revisadas, e a parte traseira da máquina estava pronta pra receber o motor.
- Falando em motor, segundo o Roberto, o problema maior foi encontrar o motor certo, pois estas esteiras eram montadas em tratores Super Major, os últimos da linha fabricados entre 1960 e 64. Na região e até em grande parte do país se vê com certa facilidade os tratores Fordson Major e Fordson Power Major, porém o modelo Super Major fabricado após 1960, foi importado em menor quantidade, talvez devido ao início do plano de produção do trator nacional, e fechamento da importação de tratores em uma certa faixa de tamanho e potência.
- Após localizado, revisado e instalado um motor, a próxima
etapa foi uma completa revisão nos pinos e buchas da esteira, última etapa
antes de se andar com a County. Outro detalhe é que esta máquina possui a
lâmina (dozer) tornando-a ainda mais "industrial" do que agrícola. Fato
este que também resultou na escolha da cor amarela, mundialmente utilizada em
tratores e máquinas e equipamentos industriais, de construção.
- Outra parte trabalhosa na restauração foi a confecção de
peças da lâmina faltantes, como os braços estabilizadores, onde se conseguiu reproduzir através de fotos, e desenhando no computador para confeccionar as peças em
seguida.
- Após toda mecânica pronta, foi hora de testar a esteira Major para então começar a fase final de funilaria e pintura. O resultado são as fotos abaixo, uma máquina rara, restaurada 100% nos padrões originais, e o mais importante, mecanicamente operacional, só faltando serviço pra trabalhar!