segunda-feira, 29 de março de 2021

Vídeo: Tratores antigos abandonados

 Neste vídeo mostro alguns tratores antigos da coleção de um amigo. Poucas pessoas imaginam o estado de abandono e a triste realidade com que muitos desses tratores resistiram ao longo dos anos, para somente após serem ou restaurados, preservados ou sucateados. Durante anos de abandono e encostados nas fazendas muitos tratores tiveram suas peças roubadas (radiadores por exemplo, devido o material) e isso aumentava ainda mais a chance de estes irem para o ferro velho para no fim da vida virar arame de cerca!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Histórias: Cia Brasileira de Tratores - CBT, um sonho que voou!

 *** Texto e fotos retirados da página São Carlos Agora. Artigo escrito por Cirilo Braga em 20 de Outubro de 2017.

Memória São-Carlense: CBT, um sonho que voou

Era curioso que até recentemente funcionasse um museu da aviação na área onde no passado existiu a Companhia Brasileira de Tratores, a lendária CBT. O próprio nome do museu, "Asas de um Sonho", parecia algo nostálgico para quem viu a vida passar ali por longos anos.

A derrocada da CBT pareceu para os são-carlenses, um voo que não chegou ao seu final. Quando a empresa encerrou suas atividades todos se sentiram - mesmo quem não se ligava à fábrica, como quem esperasse um avião que partiu e não chegou. Nele viajavam os sonhos de Mário Pereira Lopes, ou sua teimosia, e as vidas de milhares de pessoas.

Criada em 1960, inicialmente em Ibaté fabricando motores e peças e dois anos depois instalando sua fábrica no distrito de Água Vermelha, logo a CBT se tornou uma das maiores fabricantes de tratores da América Latina, exportando seus produtos para os Estados Unidos, Japão, México, Austrália e Argentina além da América Central. No galope do plano de nacionalização da indústria na virada para os anos 60, a empresa originária das Indústrias Pereira Lopes, firmou parceria com a Oliver norte americana para produzir um trator nacional.

Cinco anos depois da fabricação do primeiro trator, em 1967 a empresa passaria a ter o comando apenas de Mário Pereira Lopes.

No auge, sendo uma das maiores empregadoras do forte parque fabril são-carlense, a CBT produzia 80% do que precisava para colocar no mercado seus robustos tratores de cor amarela. No céu de brigadeiro do ano de 1975, alcançava outros países e continentes e impressionava o movimento da fábrica, o vai-vem de trabalhadores, transportados em ônibus Fenemê que enfileiravam na Avenida São Carlos no início das manhãs e começo das noites. A imagem identificava a cidade, tal como alguns ícones da paisagem como a cúpula da Catedral e a fachada da Escola "Dr. Álvaro Guião".

Em abril de 1976, a fábrica apresentou uma das joias de sua produção, o CBT-2400, uma máquina incrível de 118,3 hp e motor de 4 cilindros.

Os são-carlenses de então gostavam de dizer que a pista de pouso da CBT - ou o Aeródromo Francisco Pereira Lopes, hoje Aeroporto Mário Pereira Lopes -  era uma das maiores do interior e podia receber boeings. Isso obviamente nada tinha a ver com a vida dos cidadãos comuns da cidade. Orgulhava a todos a ideia de que São Carlos abrigava o que nenhuma outra cidade brasileira possuía, uma fábrica de tratores genuinamente brasileira.

Em 1982 a CBT começou a desenvolver um projeto de uma aeronave, que não foi concluído pelo fim do apoio governamental. Entre 1990 e 1994 a CBT fabricou o Javali, o segundo carro totalmente fabricado no Brasil. O Javali utilizava mecânica de trator produzido na própria CBT, mas os tempos eram outros.

No ano de 1995 a Companhia Brasileira de Tratores foi à falência, atribuída ao fim dos incentivos governamentais. Em suas instalações funciona o Centro Tecnológico da empresa aérea LATAM e até pouco tempo o Museu da Aviação, que foi transferido para São Paulo. O museu reunia aviões da coleção particular da família de Rolim Adolfo Amaro, o comandante que instalou a TAM na área da antiga CBT no ano 2000.

No museu, implantado em 2006, era empolgante conhecer o relato de vida de cada aeronave exposta naquele museu, revelando a força da representatividade de cada uma como o testemunho de outras épocas.

Símbolo, lembrança, relíquia, que se use qualquer desses substantivos era também possível também estar falando do prédio da CBT, encravado ali, a 15 quilômetros da cidade. Um lugar onde se produziu tratores que ainda hoje preparam a terra em algum lugar deste país.


Afinal, a vasta área de onde se avista o horizonte a partir da "antiga CBT", conta algo significativo da indústria são-carlense num trecho da vida em que o mundo tinha fronteiras bem definidas. O sonho de ir além delas, mas com as próprias asas, foi para a CBT como o sonho de Ícaro que se desfez ao sol.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Fotos Antigas: Fordson F em Paraty - RJ

- Curiosa fotografia de um trator Fordson model F enviada pelo sr. Luiz Prior. Na imagem podemos ver o trator que pertencia ao Sr. Oliveiros dos Santos Prior, imigrante português que possuía uma serraria na cidade de Paraty - Rio de Janeiro.

- E é por essa informação da serraria que fica a curiosidade! Inicialmente, ao ver a foto, imaginei que as rodas dianteiras teriam sido enchidas com concreto para dar peso de acordo com algum tipo de serviço executado. Porém olhando mais atentamente, fica claro que as rodas dianteiras do trator foram feitas de madeira! 

- Em cima do banco ainda podemos ver a correia que tocava as máquinas da serraria. Fica somente agora a curiosidade e imaginação livre para sabermos o por que o Sr. Prior fez naquela época um Fordson wood wheels!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Histórias: Uma Lagarta que revolucionou a Paraíba na década de 1920

 

- Essa história é sobre uma "lagarta" que revolucionou a Paraíba na década de 1920!

- Há exatos 95 anos, em 29 de maio de 1925, chegava em Campina Grande, comprado pelo Governo Estadual do então Presidente Dr. João Suassuna, o possante trator do tipo "caterpillar", ou seja, movido a esteira, (a palavra caterpillar em inglês quer dizer lagarta, por simular o movimento de lagarta das esteiras). 

- O referido trator chegou na Paraíba em princípios de maio de 1925 a bordo do vapor Bruyére, desembarcando no Porto de Cabedelo, juntamente com seis reboques, vindos dos Estados Unidos. Foi recebido numa verdadeira festa pela população paraibana que o aguardava vindo pela praia até Ponta de Campina, passando pela ponte Canal que liga Jaguaribe ao Mandacaru, adentrando pelas ruas de Parahyba, sob os olhares satisfeitos do Presidente Dr. João Suassuna e de grande gleba da população. 

- Este trator tinha no total 10 toneladas e 80 HP de força, foi adquirido para empregar serviços de transporte de inúmeras mercadorias diversas pelo estado. A aludida máquina era da marca Holt Manufacturing Co., peça esta de extrema importância, ajudando no transporte de cimento e materiais na construção das barragens de Puxinanã a partir de 1925 e no transporte do principal produto exportador do Estado na época, o algodão. 

- Desempenhou com extrema competência as funções empregadas  durante o período de serviço. Infelizmente não tenho maiores informações de até quando os serviços da mesma foram utilizados e seu paradeiro. As informações que colhi trazem menções até 1927, a partir daí não tenho mais dados. A imagem acima é do trator HOLT Caterpillar 10 Ton na fábrica modelo 1925, o mesmo que o Governo do Estado adquiriu na época.

*** Texto e fotos retirados do blog História Ferroviária Paraibana de Jônatas Rodrigues. Foto: Internet.