terça-feira, 6 de abril de 2010

História: Os tratores e a indústria de automóveis


- Ferruccio Lamborghini não começou a carreira como construtor de supercarros. Seu primeiro sucesso veio em forma de tratores e máquinas agrícolas. Com a primavera dando as caras no hemisfério norte, os fazendeiros de todos os cantos tiram seus John Deere e Internationals do celeiro para começar a plantação. Por isso imaginamos que seria uma boa hora para dar uma olhada na história dos tratores feitos pelos fabricantes de automóveis.

- No começo do século XX, carros e tratores não poderiam estar mais distantes em design. Quando os carros já estavam decidindo qual tipo de motor usariam - vapor, elétrico ou combustão interna - os tratores ainda eram movidos a vapor desde o final do século XIX. Mais ou menos como locomotivas a vapor sobre rodas, eles eram enormes, caros e quentes. Eram máquinas perigosas que precisavam do trabalho de muitos homens para abastecer e operar, e eles não eram exatamente potentes.

- Quando os fabricantes de automóveis começaram a optar pelo motor de combustão interna como o caminho a seguir, eles também estavam de olho no mercado agrícola. Havia muitas terras a serem colonizadas e muito dinheiro para ganhar com essas máquinas. Os motores a gasolina desenvolvidos para os carros poderiam ser reajustados para trabalhos mais pesados e vendidos a fazendeiros, e assim foi feito. Aqui estão alguns exemplos de tratores feitos pelos fabricantes de carros e eventualmente, fabricantes de tratores que passaram a fazer carros.


Tratores Ford

- Um dos primeiros fabricantes de tratores a gasolina foi a Ford, que iniciou a produção dos tratores modelo F em 1912, usando o nome Fordson e adotando os métodos de produção em massa que já eram aplicados aos automóveis da marca. Foi o primeiro trator leve produzido em grande escala. A marca foi incorporada à Ford Motor Company e continuou crescendo ao longo dos anos. Em 1939 foi lançado o 9N, que se tornou o padrão para a maioria dos tratores modernos. Tinha pneus de borracha, o atualmente onipresente sistema de reboque de três pontos e eixo cardã, além de facilidade de acesso a todos os pontos de operação. A Ford ainda produziria modelos aclamados como o 8N e em 1984, adquiriu a Sperry-Holland Tractors, formando a Ford New Holland. A empresa foi vendida à Fiat em 1991. Desde 2000 o nome Ford não é mais vinculado a tratores.

 
 
Tratores Samson - GM

- Em 1917 a General Motors adquiriu a Samson Sieve-Grip Tractor Company, de Stockton, Califórnia e planejou uma linha de carros e caminhões para ser produzida com os tratores. A ideia inicial foi uma espécie de van, projetada para transportar nove passageiros, com bancos removíveis para transportar cargas, mas nunca foi comercializada. Uma série de protótipos de tratores foi produzida, incluindo este da foto abaixo, que teve duas unidades produzidas na fábrica de caminhões da Pontiac. O Modelo M, mais refinado, foi produzido em 1919, mas era extremamente caro em comparação ao concorrente da Ford. O modelo "Iron Horse" foi produzido no mesmo ano, movido por um quatro-cilindros da série 490, que era controlado pelo operador que ia caminhando atrás da máquina, como se estivesse conduzindo um cavalo. Esse design permitia que o fazendeiros acoplassem seu próprio equipamento, mas também foi um erro. No final a GM perdeu 33 milhões e a divisão encerrou as atividades em 1923.

 

Minneapolis Moline UDLX

- A Minneapolis Moline era uma fabricante de tratores firmada no mercado quando decidiu entrar no mercado automotivo, em 1938. Com o modelo UDLX Comfortractor, a intenção era combinar os atributos de um carro a um trator, o que fazia algum sentido econômico, considerando que foi lançado quase no fim da Grande Depressão. O UDLX tinha a primeira cabine totalmente fechada em um trator, tinha aquecedor, janelas de abrir, acendedor de cigarros e um banco do passageiro. A velocidade máxima de 72 km/h tornava-o perfeitamente razoável para ser usado como um carro. Infelizmente o alto preço limitou as vendas e o modelo só vendeu 150 unidades.  

 
 
 Tratores Lamborghini

- Ferruccio Lamborghini não começou a carreira como construtor de supercarros. Seu primeiro sucesso veio em forma de tratores e máquinas agrícolas. Logo depois da Segunda Guerra Mundial, Lamborghini começou a montar tratores com o equipamento excedente da guerra. Em 1948 ele fundou a Lamborghini Trattori S.p.A. em sua garagem. Seu primeiro modelo foi o Carioca, e mesmo não sendo uma máquina atraente, ajudou a impulsionar a Lamborghini ao posto de maior companhia agrícola da Itália. Foi somente depois de sucessivas experiências decepcionantes com os carros de Enzo Ferrari que Ferruccio decidiu que iria construir carros melhores. Após uma sucessão de contratempos no final dos aos 70, quando a empresa teve problemas financeiros, a Trattoria foi vendida à rival SAME, embora ainda sejam vendidos com a mesma marca. 

 

 Tratores Porsche

- Ferdinand Porsche foi um homem com muitos interesses e talentos. Enquanto estava envolvido no desenvolvimento do Fusca, ele também mantinha seu projeto de um trator popular. O Volkstraktor, se você preferir. Muitos protótipos foram produzidos em 1934 com um motor diesel refrigerado a ar. Claro, algo estava acontecendo na Alemanha naquela época e isso o levou a arquivar o projeto. Depois daquela pequena discussão várias companhias licenciaram os projetos do motor, mas a Mannesmann AG decidiu licenciar o trator Porsche completo e iniciou a produção em 1956. Entre 1956 e 1963, quando a licença expirou, mais de 125 mil tratores Porsche haviam sido produzidos, todos compactos, de projeto simples que estavam pelos mais variados terrenos da Europa. 

 

Tratores CO-OP

- Em 1922 o congresso americano aprovou a Capper-Volstead Act, que permitiu aos fazendeiros e rancheiros a legalização de trabalharem em grupos para benefício mútuo, e serviu para a criação da cooperativa Farm Bureau, que agiu em benefício dos fazendeiros para aprimorar e estudar os métodos de trabalho no campo. Quando a mecanização do campo começou, decidiram desenvolver um trator para beneficiar os cooperados. Em 1935 a Farm Bureau firmou um acordo com a Parret Tractor Company para produzir uma máquina que suprisse a necessidade dos fazendeiros cooperados. O primeiro modelo era débil e com potência subdimensionada, então instalaram um motor e caixa Chrysler. Ao longo das várias gerações o trator passou a usar a marca CO-OP e regularmente tinha o motor Chrysler de quatro litros e seis cilindros.
 
 

Tratores Fiat

- A Fiat é um enorme conglomerado com tentáculos em todas os tipos de indústria. Nos EUA a Fiat é tida como a chefe italiana da Chrysler, mas esta é só a divisão de carros. A Fiat está no ramo dos tratores há muito tempo, operando no mercado da agricultura desde 1919 e é a segunda maior do segmento, atrás apenas do enorme gorila que é a John Deere. Ela carregou marcas como a New Holland (que inclui a Versatile e Ford Tratores) e a Case (que é formada pela Case, International, Farmall e outras). Se você nunca ouviu falar nos tratores Fiat, você provavelmente mora na América, onde não há tratores vendidos sob a marca Fiat.



Trator Citroën

- Citroën? Sim, esses franceses fizeram um trator também. Só um, e era bem pequeno. O trator da Citroën pesava apenas 800kg e era movido por um motor de quatro cilindros e 12 cv, muito semelhante ao motor do Citroën modelo A. Foi comercializado inicialmente como um trator para hortas e pomares e vendeu cerca de 500 unidades durante seus dois anos de produção. A empresa trabalhou a ideia de produzir semi-esteiras, mas nada chegou ao mercado. Mas veja como é bonitinho esse pequeno trator.   

 
 
 Tratores Mitsubishi

- A Mitsubishi é outro daqueles enormes conglomerados que produzem tratores como regra. Em operação desde 1980, a Mitsubishi comercializa seus produtos nos segmentos de tratores compactos e utilitários. A maioria dos tratores Mitsubishi é vendida na Ásia, onde as fazendas tendem a ser menores.

 
 
 International Harvester

- A International é outro caso de fabricante de tratores que foram para o setor de automóveis. Apesar de produzir caminhões pesados, a produção de carros da International resume-se em somente um veículo, o International Scout. Sendo um dos mais adorados SUVs de todos os tempos, o Scout foi construído para competir com os Jeeps, e conseguiu com sucesso com um projeto simples, robusto e resistente. O estilo do Scout variou muito pouco durante toda sua produção, que ocorreu entre 1961 e 1980, mas ele teve uma grande variedade de carrocerias e motores, atingindo vários nichos do segmento. A produção do Scout foi encerrada quando a International Harvester foi comprada pela Case, mas você ainda encontra um grande número deles trilhando os EUA.



Renault

- A Renault iniciou a sua atividade fabril automobilística em 1898 e começou dez anos depois a construir tratores. Desenvolveu para o setor máquinas de arrasto contínuo e tração nas 4 rodas, todas de aplicação ao exército francês, por ocasião da 1ª Grande Guerra. Depois da Guerra, converteu para a agricultura o seu arsenal de máquinas, melhorando constantemente os modelos, que passaram a ser equipados, a partir de 1931, com motores diesel de 4 cilindros, 4,36 litros de cilindrada e 45 cv - como exemplo, o modelo Renault VY, o primeiro trator à diesel construído na França e o primeiro a ser equipado com tomada de força de 87rpm.



- A Renault, então a maior fabricante francesa de tratores agrícolas, é nacionalizada em 1945 e a produção passa a ser incrementada com novas séries de tratores, atingindo no bienio 1947-48 a soma de 7.500 unidades. A partir de 1951, os modelos Renault passam a ser equipados com motores Perkins. Em 1956 é lançada no mercado a nova série “D”, que culminou com o modelo Super D, equipado com o inovador hidráulico TractorControl. Em 1960, a fábrica ja havia fabricado 138 mil veículos.

- Os tratores Renault, que agora pertencem à alemã Claas, têm ultimamente mantido ligações com a John Deere no que diz respeito à construção de certos componentes. Na França, a Renault divide com a Massey-Ferguson uma estrutura fabril de projetos e produção conhecida por GIMA. A Renault tem ocupado nos último anos a primeira posição nas vendas do exigente mercado francês.



Ferguson


(Texto e Fotos retirados do blog Auto Entusiastas - Postagem de 14 de Fevereiro de 2011)




- O sistema Ferguson de engate de três pontos é conhecido (e presente) no mundo todo, principalmente após a guerra judicial entre a Ferguson e a Ford pela patente e uso do sistema. Porém Harry Ferguson não ficou somente atrás das máquinas do campo.

- Ao se pesquisar um pouco sobre as origens da tração nas quatro rodas para carros modernos, com diferenciais viscosos, e sem os pesados diferenciais de pares cônicos coroa-pinhão dentro de uma caixa de transferência, sempre se chega ao sistema de nome Ferguson Formula. O primeiro carro com o sistema foi batizado de Ferguson R4 e foi mostrado ao mundo em 1954, pela empresa que se chamava na época Massey-Harris-Ferguson.

- Harry Ferguson era um industrial escocês fabricante de tratores, que não era de brincadeira. Em 1952 ele venceu a Ford Motor Company nos tribunais, com ações sobre os direitos de algumas patentes de sistemas de tomada de força e de reboque de implementos agrícolas para tratores, que inclusive se chamavan Ford-Ferguson, em um negócio que durou de 1938 a 1946. Como a Ford finalizou a associação e continuou usando os sistemas, Harry teve a grande sorte de ganhar a causa. O valor que ele embolsou foi de US$ 9,25 milhões, uma tremenda fortuna naquele tempo.

- No ano seguinte, aproveitou esse caixa recheado para fundir sua empresa com o concorrente canadense Massey Harris, formando a empresa que desenvolveu o carro com tração nas quatro rodas.

- Essa fusão deu a Harry US$ 16 milhões em ações, que ele, mesmo na idade de 66 anos, não utilizou para financiar sua aposentadoria. Através de uma nova divisão de sua empresa, que batizou de Harry Ferguson Research (pesquisas), colocou seus conhecimentos e de seus engenheiros para trabalhar, além de contratar o piloto de corridas Tony Rolt e os ex-projetista da Aston Martin, Claude Hill.

- Pouco mais de um ano depois, mostrou um carro que, mesmo sendo totalmente sem graça em termos de estilo, era o mais tecnicamente avançado em existência.

- Nascia o sistema Ferguson Formula, que foi sendo desenvolvido em sucessivos protótipos e modelos que pode-se considerar feitos sob encomenda, mas que só chegou à produção normal, ainda que em pequeno número, no  Jensen FF, um dos mais belos carros de todos os tempos e, dizem, inspirado no Brasinca  4200 GT/Uirapuru.

- Como se não bastasse a tração em todas as rodas, que evitava problemas por mais que o motorista abusasse, Harry Ferguson foi mais além, e junto com a Dunlop, adicionou o primeiro sistema ABS para eliminar o travamento de rodas em frenagens. O nome dessa maravilha da tecnologia britânica: Maxaret.

- Assim, esse rombudo sedã sem graça, com um simplório motor de quatro cilindros de 2,2 litros, é hoje um dos carros mais importantes da história, um vovô que merece respeito e admiração de todos os Subarus, Audis, Mitsubishi Evos, Porsches Turbo e dezenas de outras máquinas fabulosas que só conseguem colocar boa parte de sua potência no solo porque um fabricante de tratores não quis pegar seus milhões e ir pescar.


- Todos os demais textos e fotos foram retirados do site JALOPNIK com algumas alterações.


segunda-feira, 15 de março de 2010

Propagandas Antigas: O futuro que não chegou!

- Abaixo um artigo do que seria o "trator do futuro" idealizado pela International Harvester. Por enquanto os motores a diesel ainda imperam, e este trator não passou de um protótipo que não deu certo.


Fotos Antigas: Acidentes acontecem.

- Acidentes acontecem, até na roça de antigamente!


- Foto: Acervo particular.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Propagandas Antigas: Guia do Comprador Rural de 1967

- Para quem estava envolvido no meio rural na época, aqui vai o guia do comprador rural do ano de 1967, veiculado na revista Dirigente Rural de Novembro do mesmo ano .

- Estes eram os lançamentos de tratores no país para o próximo ano de 1968:

- Fendt F 51
- Valmet Sincro-O-mático
- Massey Ferguson 65
- Massey Ferguson 50 X
- CBT 1090

- Ford Super Major 5000
- Case 1200
- John Deere 5020 S
- Allis Chalmers HD-3
- Caterpillar D4D

- Fiat AD 12
- Caterpillar D-5
- Tobatta
- Agrisa-Bungartz
- Iseki - K14BH

- Fotos: Acervo particular.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Curiosidades: Tratores deverão ser registrados em 2010



- Deliberação adia entrada em vigor da Resolução que estabelece critérios para o emplacamento e registro de tratores.

A resolução número 281 de 26 de junho de 2008 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) que estabelece critérios para o registro de tratores no Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) que entraria em vigor em janeiro de 2010 foi adiada para primeiro de julho deste ano por uma Deliberação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicada no dia 16 de dezembro de 2009.

O anexo I do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) designa trator como sendo veículo automotor que realiza trabalho agrícola, de construção e pavimentação e que traciona outros veículos e equipamentos.

Devem ser registrados os tratores que transitem em vias públicas. O agricultor que utiliza o trator apenas em sua propriedade e que não transita com ele em vias públicas não precisa efetuar o registro.

O registro poderá ser feito de todos os tipos de tratores, sejam eles zero quilômetro ou usados, independente do ano de fabricação.

O trânsito desses veículos sem o licenciamento e emplacamento incorrerá em multa de R$ 191,54 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitiação (CNH). O condutor deverá portar habilitação na categoria ‘C’ ou superior.

“Pra nós agricultores é um absurdo, pois aprendemos a trabalhar com o trator no campo. Uma ou outra vez por necessidade saímos em uma rodovia, seja Federal ou Estadual, não que usamos esse trator para passeio, mas sim para o serviço. Agora o governo vem com uma resolução de uma lei antiga para o emplacamento de tratores”, destacou o agricultor Euclides Luciano Gasparini.

Conforme a Resolução 281/2008 do Contran, todos os tratores e máquinas agrícolas novos poderão vir com o Certificado de Registro de Veículo (CRV), mesmo tipo de documentação dos automóveis, desde que o comprador declare que vá utilizá-lo em vias públicas.

Os proprietários de máquinas agrícolas antigas devem procurar o órgão ou despachante a partir de julho de 2010, para regularizar a situação.

O único tributo que será pago pelos proprietários de tratores registrados será o licenciamento anual no valor de R$ 29,34. “Isso acontece por este tipo de veículo ser isento do Imposto sobre a Propriedade de Veículo (IPVA) e Seguro Obrigatório”, informou Ivo Kestring do Detran de Medianeira.

Para circularem fora da propriedade rural também deverão apresentar, além da placa, luz de freio, farol alto e baixo, pisca-pisca e porte obrigatório do documento. Estas exigências estavam previstas desde o Código Brasileiro de Trânsito de 1966. Mas diversos movimentos em prol dos trabalhadores rurais conseguiram evitar a aplicabilidade.

Ao procurar o Detran para realizar o registro, os proprietários devem ter em mãos os seguintes documentos: comprovante de residência, cópia autenticada de CPF e RG e principalmente nota fiscal.

Também é necessário conduzir o veículo até o órgão competente ou despachante para a vistoria do mesmo.

“A maioria desses tratores antigos ninguém mais tem nota, uns por não ter o costume de guardar e outros por ter tido vários donos. Isto vai dificultar mais ainda, pois qualquer documento que você for buscar através de cartórios, tudo tem custo. Os benefícios são bem menores e eu acho que não há uma necessidade tão grande de ter esses emplacamentos”, disse o agricultor.

O emplacamento também trará benefícios ao agricultor. “Ao possuir o registro o veículo estará documentado e devidamente registrado nos órgãos competentes, o que garante ao dono a posse do veículo devidamente comprovada. É uma forma mais segura de ter a propriedade garantida do que apenas a nota fiscal. Outro benefício será as diferentes linhas de crédito que terá acesso nos bancos, algumas com custos menores”, frisou Ivo.

“O emplacamento tem benefícios, mas acreditamos que isso vai ter custos e em um momento de crise, de preços baixos dos produtos, e ter mais uma despesa com o emplacamento fica complicado. Outra questão são as pessoas mais velhas com mais de sessentas anos, que durante toda a vida dirigiram tratores sem carteira de motorista, não por falta de competência, mas por não ter necessidade e agora terão que ir para uma auto-escola e investir para fazer a habilitação”, reclamou o produtor.

O emplacamento não dá direito ao tráfego desse tipo de veículo em rodovias federais, salvo em ocasiões especiais, com autorização dos órgãos competentes.

“Quanto a transitar com os tratores na BR, ocasionalmente precisamos fazer isso, mas apenas por não termos vias alternativas. É proibido andar na BR, mas não temos uma via alternativa”, finaliza Euclides.
 
 
De: Assessoria e Redação Nossa Folha (http://www.nossafolha.com.br)

Por: Joseani Reinheimer (redacao@nossafolha.com.br)




** E os tratores antigos como ficam nessa história???


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Fotos: ASCOMAR - Associação dos Colecionadores de Máquinas Agrícolas Antigas de Maracaju - MS


- Já faz uns anos que li uma reportagem na revista Panorama Rural, sobre um grupo de holandeses de Maracaju-MS que preservavam os primeiros tratores que trabalharam naquela região. O número de pessoas e tratores foi crescendo e fundaram então a ASCOMAR - Associação dos Colecionadores de Máquinas Agrícolas Antigas de Maracaju.

- O acervo da Ascomar está reunido atualmente em um bonito galpão construido no parque de exposições da cidade e que abriga os 22 tratores e 7 máquinas agrícolas do acervo pertencente aos 27 associados.

- Recentemente consegui encontrar o site da Ascomar - sites.google.com/site/ascomarmju/, onde é possível conferir fotos dos tratores, história da associação e endereço do museu.






segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Fotos Antigas: Tratores Ursus rumo ao Brasil!

- O amigo polonês Paul, do site www.retrotraktor.pl, me enviou estas fotos da época em que os tratores Ursus eram exportados para a América do Sul e consequentemente o Brasil.

- As fotos foram retiradas da revista Motor nº 52, publicada em 25 de dezembro de 1955. A descrição das fotos é: "Trator polonês Ursus no navio alemão "Santa Maria" com destino a América do Sul. Aqui, um exemplo da cooperação internacional para a economia. Esta foto foi feita no porto de Gdynia. Foto: CAF (Agência Fotográfica Central)."

- Na primeira foto em destaque o trator Ursus modelo que saiu até 1956. Provavelmente este modelo foi destinado ao sul do Brasil. Na outra foto podemos ver no canto esquerdo alguns Ursus C-45, no centro cobertos por uma capa, os tratores Ursus C-325 (que no Brasil receberam o nome de Tur C-325) e ao fundo os tratores de esteira Mazur. Tecnologia polonesa com destino ao Brasil!!!


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Fotos: Fazenda Lageado - Botucatu - SP

- Nos dias entre o feriado de Natal e o ano novo visitei a UNESP de Botucatu, mais precisamente a antiga Fazenda Lageado, a qual foi sinônimo de potência na produção de café na região.

- A sede da Fazenda Lageado, sua Tulha de café, terreiros, o casarão, entre outros são preservados pela Unesp e lá existe o Museu do Café. Em frente a antiga tulha de café estão alguns implementos antigos e uma esteira Fiat que serviram a fazenda algumas décadas atrás.

- Interessante mesmo foi ver lá uma antiga plaina da marca Caterpillar. A mesma plaina aparece também na foto de época da fazenda Lageado, que retirei do blog Tractors and Trucks.

domingo, 27 de dezembro de 2009

História: Tratores UTOS e UTB

- No Brasil algum carro antigo bem raro é tratado com a mais alta fama. Isso não acontece com os tratores, os quais, em alguns modelos, são itens raros não só aqui no Brasil mas no mundo todo.

- É o caso do trator UTOS 45 que foi exportado para o Brasil pela Romênia e tem uma história bastante peculiar. Aqui no Brasil pode-se encontrar alguns exemplares ainda, mas na Romênia o trator praticamente não existe mais.

- Tive conhecimento do trator Utos quando passei por um sítio em minha cidade e me deparei com um antigo trator em um terreiro de café. Estava sem as rodas dianteiras, o capô e a grade estavam no chão e não se encontrava cor nenhuma nele, somente ferrugem.
- Na grade dianteira um emblema trazia o nome UTOS, e uma outra placa embaixo do banco identificava o ano de 1960. Tinha um motor de 4 cilindros a diesel bem grande e alguns detalhes que chamavam atenção.

- Desde então sempre procurei na internet informação para o tal trator, e infelizmente, não se encontra muito sobre o mesmo. Com o passar do tempo descobri se tratar de um trator Romeno da marca UTOS, modelo 45, original na cor vermelha e o porque de não se encontrar informação tão fácil sobre o trator.

- Curiosamente o mesmo trator foi exportado para cá em duas versões. Uma com motor de partida elétrico, e o outro com motor de partida de um cilindro e dois tempos a gasolina (o famoso motor de garupa).

- Há algum tempo atrás consegui conversar com um rapaz que reside na Romênia, e por sorte ele me passou um breve histórico da companhia que viria a produzir o trator UTOS 45.

1925 - IAR (Interprinderea Aeronautica Romana) - (Companhia Aeronáutica Romena) é estabelecida como uma companhia francesa-romena. A principal atividade era a construção de aviões.
1925-1945 - IAR constrói 19 tipos diferentes de aviões e se torna uma das grandes fábricas de aviões do mundo.
1946 - Depois da segunda grande guerra, a União Soviética toma conta de grande parte das instalações da IAR. Neste período a IAR passa a produzir tratores e seu primeiro modelo foi o trator IAR 22, desenhado pelo engenheiro romeno Radu Emil Mardarescu, que copiou um trator Hanomag. O trator IAR 22 pesava 3400 kgs e era dotado de um motor diesel de 38 HP. O primeiro trator modelo 22 saiu da fábrica em 26 de dezembro de 1946 e o milésimo exemplar do modelo foi produzido no início de 1949.
1947 - O nome IAR muda para IMS - Interprinderea Metalurgica de Stat.
1948 - O nome IMS - Interprinderea Metalurgica de Stat muda para UTB - Uzina Tractorul Brasov, onde o foco passa a ser a produção de tratores.
1950-1960 - Neste período o nome da cidade de BRASOV na Romenia muda para ORASUL STALIN. Os tratores produzidos nesta época pela fábrica recebem o nome então de UTOS - UZINELE DE  TRACTOARE ORASUL STALIN.
1960 - Após a mudança do nome da cidade para Brasov novamente, os tratores voltam a receber a marca UTB, e neste ano o primeiro trator completamente Romeno, o modelo UTB 650 com motor diesel de 65 HP é produzido.
2007 - Infelizmente a fábrica da UTB encerra suas atividades depois de diversos problemas de ordem política, econômia e social.

- No site www.automobileromanesti.ro/Tractorul/ estão relacionados os modelos fabricados pela UTB e algumas fotos também estão disponíveis!

- O trator UTOS é um veterano romeno que foi produzido pela Uzinele de Tractoare 'Ernst Thalmann' Orasul Stalin (UTB Brasov), na Romenia, entre 1957 e 1962 sob a licença da empresa soviética MTZ da então Bielo Rússia.

- Foto do trator IAR 22

- Foto do trator UTOS 45

- Foto do trator UTB 650

- Finalizando, acredito que por motivos políticos, os romenos de alguma forma não consideram este período de 1950 até 1960 quando a cidade teve o nome trocado de Brasov para Orasul Stalin, tanto que no email que recebi, o rapaz se referia a esta época como um "curto" período de tempo. O que comprova isso também é o fato de se encontrar bastante informação na Romênia sobre os tratores UTB, e quase zero de informação a respeito dos tratores UTOS.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

História: O avô e o pai dos nossos tratores

- Como já escrevi antes, a grande importação de tratores no Brasil nas décadas passadas fez com que em nosso país fossem encontrados tratores das mais variadas marcas, modelos e anos. Os dois tratores a seguir não vieram para o Brasil na época desse grande volume de importação, mas foram importados muitos anos antes e iniciaram a mecanização agrícola em nosso país.
  
- Por se tratar de dois modelos que foram produzidos alguns anos consecutivos, não sei afirmar qual é mais antigo, ou qual foi importado primeiro. Na reportagem da foto, da Revista Globo Rural de Julho de 87, eles citam o modelo Waterloo Boy como ano 1913, e o trator Moline como ano 1914. Corrigindo a reportagem, o trator Moline é um modelo Universal e só posteriormente a marca se tornou a Minneapolis Moline. Na época do modelo a marca era apenas Moline.

- Esses tratores eram provavelmente movidos a Querosene, e não gasolina conforme informa a reportagem. O querosene era o óleo diesel da América do Norte, e os dois modelos são símbolos também dos primeiros tratores americanos.



- Por curiosidade, no Brasil existe um modelo Moline Universal no campus da USP de Piracicaba (foto da reportagem e foto em preto e branco), e outro modelo (fotos abaixo), comprado por um amigo colecionador em Minas Gerais. O mesmo o reformou e colocou em funcionamento, e hoje o trator está no museu Agromen em Orlândia.


- O Waterloo Boy da reportagem da Globo Rural é o mesmo trator Waterloo Boy de uma outra matéria aqui do Blog - O Garoto de Waterloo. O trator foi doado por um agricultor ao IAC de Campinas e o mesmo foi reformado pelo sr. Wilson Krause, como citado na edição do jornal O Sulco da John Deere.






- Pode ser que não sejam os mesmos tratores e exista outro, mas eu acredito ser o mesmo trator reformado várias vezes e exposto em ocasiões diferentes, como nas fotos acima, exposto em uma edição dos anos 90 da Agrishow em Ribeirão Preto-SP e no Museu Agromen em Orlândia-SP.